Se chamarem críticas às
palavras de orientação que possamos trocar com outras pessoas, que lhe
possibilitam um exame de consciência e uma mudança consciente de pensamentos,
atitudes e comportamentos, então sim, essas serão as críticas construtivas e
plausíveis de permitirem uma evolução à pessoa que as integra na sua nova
consciência.
Seja como for, no que diz
respeito aos julgamentos, devemos de nos abster de todos, sobretudo aqueles que
nos dizem respeito. Todos temos um ego individual que está sempre pensando,
balanceado entre o passado e o futuro, e procurando culpados ou culpando-nos de
algo.
Reparem só o que acontece
normalmente quando inquiridos sobre qualquer facto que consideremos negativos.
Imediatamente há como que uma vós interior que nos separa do mundo e que nos
diz de imediato: “Eu não tive culpa”. E isto é o que sempre acontece quando nos
julgamos. Por vezes este julgamento é mais complexo, admitindo a plena
dualidade do nosso ego, acabando por dar ouvidos aos nossos advogados internos
de defesa e de acusação, até que a nossa consciência enquanto juiz não
determina a culpa e a sentença. A harmonia entre estes dois aspectos da nossa
personalidade só é possível quando a mente se tranquiliza e não se preocupa em
se está ou não a fazer.
O nosso melhor desempenho, no
trabalho e na vida em geral, no que respeita à percepção psíquica dos
acontecimentos, acontece quando a nossa mente está tranquila e no presente,
permitindo a ação sem a preocupação do seu resultado. Na filosofia Zen, este
comportamento é chamado de muga, ou seja, uma consciência da ação onde falta o
sentimento de “estou fazendo isto”. Aí, então, não há julgamento, não há o
ganhar ou perder, não há o bem ou o mal. Simplesmente faz-se o melhor que se
pode e sabe, quando se reage a qualquer estimulo externo, seguindo por isso uma
única orientação interna, sem esforço e guiado fundamentalmente pela
experiência.
Ser uma pessoa que não faz
julgamentos não significa ignorar falhas ou erros. A ideia não é desligar o
cérebro e parar de decidir o que funciona ou não. Ser uma pessoa que não faz
julgamentos significa observar as coisas tal como elas são, sem rotulá-las de
boas ou más, de certas ou erradas... em vez disso é permitir-nos aceitar que os
erros fazem parte da nossa aprendizagem, que não há boas nem más decisões.
Apenas a escolha que a nossa consciência permite que façamos em cada momento em
que estejamos presentes connosco mesmos.
Estar focado no momento
presente, permite-nos retirar de cada experiência as consequências da nossa
escolha, dá-nos a necessária sabedoria para que aprendamos de uma forma mais
vivida e mais sentida, o que em termos cognitivos é muito mais eficaz e
persistente em termos de memorização.
Assim sendo, julgamentos para
quê? A quê que eles nos conduzem afinal?
Vivam cada momento como algo
único. Afinal o milagre da vida desencadeia-se em cada momento da nossa
existência e não no passado, que já foi... nem no futuro que nem sabemos se irá
acontecer.
Viva com alegria no milagre da
sua vida em cada instante e no seu presente e sentirá a presença de Deus em si,
em cada escolha que fizer.
Amem-se... Amem-se muito sem
julgamentos...
Autora:
Fátima dos Anjos
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