Cada criação
mental, quando mantida consistente por determinado período, ganha vida no reino
das ideias ou no reino das emoções. Logo, seus temores, suas angústias, seus
apegos e suas raivas tornam-se concretos no seu campo existencial. Todo o seu
poder, toda a sua energia preenche essas criações dando-lhes “vidas próprias”.
5 dicas para
superar os medos
Assim, o ato de
sua criação já está consumado. O que agora existe, não deixará de existir por
si só, não irá desvanecer a menos que você interceda. Negar o que está feito é
uma atitude inútil, pois sua criação mental/emocional continuará existindo e
ligada a você. Não é porque você não vê que algo deixa de existir. E cedo ou
tarde ambos vão se reencontrar e você sairá novamente ferido.
O que você deve
fazer é encarar seus medos, apegos, angústias e tristezas de frente. Olhá-los
de forma convicta e reconhecê-los como existentes. Em seguida, comece então a
procurar entender o porquê de sua existência, o porquê de sua origem, o porquê
de você ainda estar vinculado a eles.
A menos que
você entenda o porquê de tê-los criado, jamais poderá abstraí-los, transcendê-los,
sublimá-los.
Se você tem um
medo e este medo o está impedindo de continuar com sua vida, com seu processo
evolutivo, é necessário então encará-lo. Não, você não deve lutar. A luta
apenas perpetua a existência de sua criação mental. Havendo luta, haverá
sofrimento e seus temores se alimentam de sentimentos densos. O que você deve
fazer é decompor o seu medo, purificando-o, sublimando-o, tornando-o novamente
abstrato, não mais concreto.
Transforme
então o seu medo em algo positivo. Use-o para superar a si mesmo, convertendo-o
em coragem. Logo, ele deixará naturalmente de existir como uma criação
concreta, pois seu poder se esvaiu ao se transmutar em algo mais sublime e
excelso.
Se o seu medo é
de ficar sozinho, enquanto você ainda estiver procurando por pessoas para lhe
fazer companhia, ele continuará existindo concretamente em sua mente. O medo só
deixará de ser medo quando se transformar em outra coisa.
Assim, para
purificá-lo, para desconcertá-lo diga: “Eu tenho medo de ficar sozinho, por
isso eu amo ficar sozinho”. No instante em que você insere o amor no medo, este
deixa automaticamente de existir. Mas veja que não é da boca para fora, é
necessário ter a volição e o sentimento verdadeiros para que essa alquimia de
fato aconteça.
“Eu tenho medo
de altura, por isso estou louco para viajar de avião.”
“Não quero perder você porque eu não preciso de você.”
“Que bom que tenho medo da morte! Encontrarei um monte de amigos do outro lado!”
“Não quero perder você porque eu não preciso de você.”
“Que bom que tenho medo da morte! Encontrarei um monte de amigos do outro lado!”
Para
desconstruir suas criações mentais é necessário que você abstraia qualquer
linearidade, qualquer conceito objetivo a respeito delas. Isso é transformar o
concreto em abstrato. É tirar todo o sentido intelectual/emocional de algo.
Todas as
negatividades são distorções de seu princípio original. Logo, a raiva é uma
distorção da tranquilidade, o medo é uma distorção do amor, a tristeza é uma
distorção da felicidade. Você então deve purificar essas distorções, levando-as
de volta às suas origens.
Obviamente,
esse não é um processo rápido e fácil, mas é essencial para que você se
emancipe como divindade na matéria.
Conheça o seu
medo e compreenda-o de maneira profunda. Não busque vencê-lo, busque
convertê-lo em sua contraparte. Transforme o medo em amor, o apego em
desprendimento, a raiva em tranquilidade, a tristeza em alegria. Ame estar com
medo, apegue-se desprendido, tenha raiva pacífica, alegre-se com sua tristeza.
Vá alterando
aos poucos as vibrações, acrescentando positividade na negatividade e quebrando
a linearidade e o sentido de cada uma de suas criações. Deixe-as perplexas e
confusas.
Pouco a pouco
você começará a transcender seus temores de maneira pacífica, silenciosa e
amorosa. Pois não se pode transformar nada de uma hora para outra. Isso é
naturalmente inviável.
É necessária
uma gota de cada vez para criar um oceano. Assim é a evolução, assim é a
alquimia interior.
Texto por
Marcos Keld
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