segunda-feira, 20 de maio de 2013

TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)


  O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões que causam um mal-estar intenso, consomem muito tempo (mais de uma hora por dia, pelo menos) e interferem na vida cotidiana da pessoa em diversos aspectos, como no trabalho, nas atividades sociais e no convívio familiar.

            O que são obsessões? São pensamentos recorrentes e insistentes que se caracterizam por serem desagradáveis, repulsivos e contrários à índole do paciente. Por exemplo, uma pessoa honesta tem pensamentos recorrentes de roubo, trapaça e traição; uma pessoa religiosa tem pensamentos pecaminosos, obscenos e de sacrilégios. Os pensamentos obsessivos não são controláveis pelos próprios pacientes. Ter um pensamento recorrente pode ser algo apenas desagradável, como uma musiquinha aborrecida ou um problema não resolvido, mas ter obsessões é patológico porque causa significativa perda de tempo, queda no rendimento pessoal e sofrimento pessoal. Como o paciente perde o controle sobre os pensamentos, muitas vezes passa a praticar atos que, por serem repetitivos, tornam-se rituais: são as compulsões.

As compulsões são gestos, rituais ou ações sempre iguais, repetitivas e incontroláveis. Muitas vezes têm a finalidade de prevenir ou aliviar a tensão causada pelos pensamentos obsessivos. Assim, as compulsões podem ser secundárias às obsessões. Um paciente que tente evitar as compulsões acaba submetido a uma tensão insuportável, por isso sempre cede às compulsões.

Os pacientes nunca perdem o juízo a respeito do que está acontecendo consigo próprios e percebem o absurdo ou exagero do que está se passando; mas como não sabem o que está acontecendo, temem estar enlouquecendo e, pelo menos no começo, tentam esconder seus pensamentos e rituais. No transtorno obsessivo-compulsivo, os dois tipos de sintomas quase sempre estão juntos, mas pode haver a predominância de um sobre o outro. Um paciente pode ser mais obsessivo que compulsivo ou mais compulsivo do que obsessivo. 

Sintomas

        O transtorno obsessivo-compulsivo é classificado como um transtorno de ansiedade por causa da forte tensão que sempre surge quando o paciente é impedido de realizar seus rituais. Mas a ansiedade não é o ponto de partida desse transtorno como nos demais transtornos dessa classe: o ponto de partida são os pensamentos obsessivos ou os rituais repetitivos.

            Há formas mais brandas desse distúrbio nas quais o paciente tem apenas obsessões ou as compulsões são discretas, sendo as obsessões pouco significativas.

            As obsessões são ideias, imagens ou impulsos que “entram na mente” do indivíduo repetitivamente de forma involuntária, gerando ansiedade e mal-estar.

            Esses pensamentos são angustiantes e podem envolver diversos temas, como violência, presságios catastróficos, obscenidades, contaminação, necessidade de ordem e simetria. Esses pensamentos frequentemente são reconhecidos pelos pacientes como sendo próprios, embora sejam involuntários e, muitas vezes, repugnantes. Os pacientes geralmente tentam resistir a esses pensamentos, sem sucesso na maior parte das vezes.

            Abaixo, alguns exemplos de obsessões:

·  Medo exagerado de contaminar-se com microrganismos ou doenças ao tocar objetos do dia-a-dia;

·  Pensamentos recorrentes de que pessoas próximas estejam correndo risco de vida;

·  Pensamentos sexuais urgentes e intrusivos;

·  Dúvidas morais e religiosas;

·  Pensamentos proibidos;

·  Medo de perder o controle ou de agredir outras pessoas sem justificativa;

·  Dúvidas repetitivas sobre atividades corriqueiras, como desligar lâmpadas, trancar portas ou desligar o fogão.

 

            As compulsões podem ser rituais repetitivos ou atos mentais (contar, rezar e outros) que habitualmente diminuem o mal-estar gerado pelos pensamentos obsessivos. Esses hábitos não são agradáveis, nem resultam na execução de tarefas úteis.

            Alguns exemplos de compulsões:

·  Lavar excessivamente as mãos para diminuir o temor de contaminação;

·  Benzer-se repetidamente ou rezar contra “pensamentos proibidos”;

·  Verificar repetidamente se a porta está trancada, se as luzes estão apagadas ou se o fogão está desligado;

·  Ter que realizar certos atos, para evitar o acontecimento de desgraças;

·  Repetir determinados gestos;

·  Tocar objetos;

·  Contar objetos;

·  Ordenar ou arrumar os objetos de uma determinada maneira.

 

Reconhecimento 

            As pessoas com TOC geralmente têm considerável consciência do seu problema. Na maioria das vezes, elas sabem que seus pensamentos obsessivos são sem sentido ou exagerados e que seus comportamentos compulsivos não são realmente necessários. Entretanto, tal conhecimento não é suficiente para libertá-las de sua doença.

Controle 

            A maioria das pessoas com TOC esforça-se para se livrar dos indesejáveis pensamentos obsessivos e para evitar comportamentos compulsivos. Muitos são capazes de controlar seus sintomas obsessivo-compulsivos quando estão no trabalho ou na escola. Porém, com o passar do tempo, a resistência pode enfraquecer e, quando isso acontece, o TOC pode se tornar tão grave que os longos rituais passam a dominar a vida da pessoa, impossibilitando-a de continuar suas atividades fora de casa. 

Vergonha e Segredo

            As pessoas com TOC geralmente tentam esconder seu problema ao invés de procurar ajuda. Frequentemente conseguem esconder muito bem seus sintomas obsessivo-compulsivos dos amigos e colegas de trabalho. Uma infeliz consequência disso é que as pessoas com TOC só recebem ajuda profissional muitos anos após o início de sua doença. Nessa ocasião, os hábitos obsessivo-compulsivos podem estar profundamente arraigados e muito difíceis de mudar.

Frequência 

            Há algumas décadas, o TOC era considerado um transtorno raro. Com o avanço das pesquisas na área, houve um aumento na frequência de seu diagnóstico e, atualmente, acredita-se que ocorra em 1 a 3% da população. 

Causas 

            O fato de que alguns pacientes com TOC respondem bem a medicamentos específicos sugere que o transtorno tenha uma base neurobiológica. Por essa razão, não se atribui mais o TOC a comportamentos aprendidos na infância – por exemplo, ênfase excessiva em limpeza ou a crença de que certos pensamentos sejam perigosos ou inaceitáveis. Ao contrário, a pesquisa das causas atualmente se concentra na interação entre fatores neurobiológicos e influências ambientais. Acredita-se que pessoas que desenvolvem TOC tenham uma predisposição biológica a reagir de forma acentuada ao “stress”. Tal reação se manifesta sob a forma de pensamentos intrusivos e desagradáveis, que geram mais ansiedade e “stress”, criando, por fim, um círculo vicioso do qual a pessoa não consegue sair sem ajuda.

Pesquisas sugerem que a doença está relacionada a problemas de comunicação entre a parte frontal do cérebro e estruturas mais profundas. Estas estruturas utilizam o mensageiro químico serotonina. Considera-se que no TOC esse mensageiro encontra-se em níveis diminuídos. 

Idade de início e Evolução 

            O TOC pode iniciar-se em qualquer momento desde a idade pré-escolar até a idade adulta. No entanto, estudos recentes mostram que 80% dos adultos com TOC identificam o início dos sintomas antes dos 18 anos.

Esse transtorno apresenta dois picos de incidência. O primeiro na infância e o segundo em torno dos trinta anos de idade. Muitas crianças apresentam esse problema nessa fase e depois nunca mais têm nada. Outras continuam tendo durante a vida adulta. Os adultos também apresentam oscilações do problema; podem ficar livres dos sintomas e dos remédios, mas também podem precisar de uso contínuo. Esse transtorno incide aproximadamente com a mesma frequência em homens e mulheres, com pequenas diferenças de um estudo para outro. Nas crianças observa-se um aparecimento um pouco mais comum nos meninos.

Diagnóstico 

            Os pacientes com TOC podem ser muito reservados em relação aos seus sintomas, podem guardá-los em segredo ou ter dificuldades em reconhecê-los como tal. Por isso, demoram em média 7,5 anos antes de procurar ajuda psiquiátrica. Mesmo quando isso acontece, frequentemente não se identifica o TOC, seja pela presença de outros sintomas ou de co-morbidades que se desenvolvem ao longo da evolução da doença. Em média, os pacientes com TOC visitam 3 a 4 médicos e passam anos buscando tratamento antes de receber um diagnóstico correto e o tratamento adequado.

            Além dos sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo, são necessários outros critérios para fechar o diagnóstico. O tempo gasto com os sintomas deve ser de no mínimo uma hora por dia ou, quando o tempo for inferior a isso, é necessária a existência de marcante aborrecimento ou algum prejuízo pessoal. É preciso que em algum momento o paciente reconheça que o que está acontecendo seja excessivo, exagerado, injustificável ou anormal. Isso faz com que o paciente ache que está enlouquecendo e tente esconder o que se passa. Fica assustado e, quando chega ao médico, apresenta essa preocupação. Ao contrário do que se pode pensar, a impressão que o paciente tem a respeito de si mesmo é um sinal de bom funcionamento mental, pois o paciente consegue reconhecer algo de errado em si mesmo. Os sintomas não podem ser dependentes de outro transtorno, como, por exemplo, se a preocupação tem como foco a possibilidade de ter novos ataques de pânico não se pode fazer o diagnóstico de transtorno obsessivo-compulsivo. 

Tratamento 

            O primeiro passo no tratamento do TOC é conscientizar o paciente e sua família sobre a doença e seu tratamento.

            Durante os últimos anos desenvolveram-se dois tratamentos eficazes para o TOC: a terapia cognitivo-comportamental e o tratamento com medicamentos, principalmente antidepressivos. Qualquer tratamento consta de duas fases: a primeira, de tratamento agudo, destina-se a abreviar o episódio atual de TOC, e a segunda, de manutenção, com objetivo de evitar recaídas. A maioria dos especialistas recomenda consultas de seguimento frequentes nos primeiros meses do tratamento e a manutenção do tratamento por um prazo variável antes de tentar suspender a medicação. 

Casos típicos 

A seguir apresentamos alguns exemplos típicos de TOC: 

- Perturbada por pensamentos repetitivos de que pode ter se contaminado ao tocar maçanetas e outros objetos “sujos”, uma adolescente passa horas todo dia lavando as mãos. Suas mãos estão vermelhas e irritadas, e sobra pouco tempo para suas atividades sociais. 

- Um homem de meia-idade é atormentado pela ideia de que pode ferir outras pessoas por negligência. Não consegue sair de casa sem antes passar por um longo ritual de verificação, onde se certifica diversas vezes de que os bicos de gás do fogão e as torneiras estão fechados. 

- Várias vezes ao dia uma jovem mãe é dominada pelo terrível pensamento de que vai agredir seu filho. Embora se esforce muito, não consegue se livrar dessa ideia dolorosa e preocupante. Ela se recusa até a tocar em facas de cozinha e outros utensílios pontiagudos, por ter medo de que possa utilizá-los como armas. 

            Se o TOC se tornar grave, pode comprometer seriamente as atividades de uma pessoa em casa, no trabalho ou na escola. Por isso é importante conhecer mais sobre esse transtorno e os tratamentos que são disponíveis no momento. 

Texto compilado a partir de informações colhidas nos sites:





 
Trabalho de pesquisa feito por Ciro Ferreira, aluno do Curso de Psicoterapia Reencarnacionista em 2012-2013 em Salvador, futuro monitor jr. em Brasília.
 (Ler sob a ótica reencarnacionista e a veracidade da existência de seres de pouca consciência nos afetando invisivelmente)

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